Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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Textos

 

Envolvidos pela névoa

Que elevava a desconfiança,

Um turbilhão de animosidades

Pairou sobre nós.

O ato da separação é doloroso e cruel,

É feito açoite que decreta a saudade,

Interceptando o momento,

Alterando nosso destino.

A cena do adeus foi dolorosa.

Quando dei por mim que seria o fim,

Quase enlouqueci, me descabelei,

Pensei em suicídio.

A princípio, achei que se tratava

De um simples momento de atração,

Estava enganada, fora traição.

Acrescida num acumulo de sofrimentos,

Parecia que minha vida

Perdera o rumo, não tinha prumo.

Nunca mais o sentimento me sorriu.

Meus dias tornaram-se maçantes,

Desterrados e nebulosos.

Quando o véu negro da noite

Envolvia o amarrotado cobertor,

Trazia consigo o desamor.

Enquanto a apatia me sangrava na dor,

O orgulho me castigava com seu  rancor.

A manhã cinzenta assustava.

Sob o desbotado céu,

Um casal de pombos disformes arrulhava,

Fiquei enlouquecida,

Manifestei meu lado assassina,

Apontei um estilingue munido com pedra,

Voaram a esmo, amedrontados.

Fazia dia, mas uma aura cinzenta

Parecia pairar apenas sobre mim.

Vi uma alma penada compadecer,

Ignorei o espectro,

Estava cansada de assombrações.

Num soluço, o choro da perda invadiu-me,

Perfazendo um cenário caótico,

Sombrio e deveras, desolador.

Meu silencioso coração

Resignado pelas intempéries,

Emudeceu, completamente estático.

Pensei no momento final,

Tudo que você me disse foi desalentador,

Mas absorvi a dor e sei

Que as palavras não ficaram em mim.

Houve um tempo

Em que ansiei por tua volta,

O tempo passou,

Mas os pensamentos negativos

Permaneceram sobrepujando

Qualquer vínculo com a racionalidade.

Eu estava possessa com o desmantelo.

Enquanto insana, jamais duvidei de mim.

Agora sei que fora mera ilusão,

Pois o mesmo amor

Não visita duas vezes o mesmo coração.

O falso amor sempre desmorona,

O sentimento tarda,

falha e danifica a razão.

Pensei que viajasse em suas costas,

Mas lá do alto, estava te guiando.

Embora sofrida, não lamento nossa vida,

São percalços da caminhada.

Viver uma vida aprisionada

Equivale a uma sutura imaginária

Num membro inexistente.

Adotei trajes curtos, cabelos longos,

Generosos decotes avolumando os seios,

Batom sedutor e passos delicados.

Dei por frequentar baladas,

as vezes beijos e namoros.

Malho na academia e vivo a vida.

Sou feliz, desencanada e resolvida.

Você decidiu trilhar novos rumos,

E percebeu que as estradas

Eram íngremes e sinuosas.

Hoje abandonado,

Percebeu que não estou a seu lado

Para ampará-lo na queda,

Hoje, arrependido, quer voltar,

Implorando para ser perdoado

Aprendi a ter dignidade,

No viés do seu adeus, não restou saudade,

Agora é tarde para sermos felizes,

Não quero seu amor nem amizade.

Com o tempo o mar ficou revoltoso,

O sentimento naufragou

Frente as tenebrosas ondas.

No barco do amor,

Apenas você ficou à deriva.

 

 

 

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   “Escrevo o que sinto mas não vivo o que escrevo”

 

 

 

 

 

 

 

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 17/01/2025
Alterado em 19/01/2025
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