Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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Textos

 

Lembro-me daquele tempo perfumado com a fragrância do nosso doce amor. Quando a solidão vem empurrada por uma rajada de vento frio e a saudade ressurge machucando o coração, vem a certeza que você vai ficar para sempre em mim. não importa que o tempo tenha passado, se você se casou ou ainda planeja um noivado...Mas essa coisa não passa, o sentimento arrasta e você ainda habita meus sonhos e desejos. Lembra quando desenhávamos nossos corações na areia da praia onde dois era um? Lembro de nosso tempo de escola onde as brigas começavam por um olhar desviado, um aceno errado, até mesmo um título de música ensejava uma discussão. O ciúme exagerado também era verificado nos cumprimentos com os colegas, para nós todos eram estranhos, não aceitávamos intrusos, éramos únicos e intocáveis e conluiamos no insano alter ego que purificava ainda mais nosso eterno amor. Petrificado, após décadas, até hoje adiciono tristeza em minha vida e sempre sou fascinado ao ver tua imagem tatuada em minha pele. Ao menos é quase um consolo que me adiciona um certo conforto porque a saudade é finita e se sobrepõe sobre tudo e pode levar ao óbito. Todas as manhas quando acordo, e você não está a meu lado, desperta em mim um vazio que tritura a alma e desnuda o orgulho. Mas, cá do alto percebo que a paixão é efêmera, o amor sucumbe a novos olhares e somente a saudade predomina absoluta frente a tudo. Talvez eu ainda cultive esse possessivo sentimento por desconhecer as armadilhas da vida. Mas, tem algo pior que a saudade que nos persegue a vida inteira, sobrepõe a amores, até mesmo resiste a doenças e enfermidades, é algo maior que todos os nossos sonhos. Estou falando das lembranças que chegam sempre em horas de total fragilidade e pode nos matar. A lembrança nunca acaba, nos corroê por toda vida, até o fim absoluto. E por isso esqueci de viver lembrando de você, dos nossos sonhos e enganos, da falsa eternidade do carinho. Tudo passou, mas as lembranças povoam minha vida todos os dias. O final, o rompimento, como é penoso lembrar aquele momento onde você se distanciou para nunca mais voltar, dizendo até nunca mais, caminhando a passos apressados, sem olhar para o passado, deixando um coração machucado. Quanta lembrança desenhada na lembrança que ainda hoje teima em perdurar como ato punitivo pela finitude, mumificando meu coração e me aprisionando nas trevas. Onde anda você, qual foi seu recomeço ou fim, que há muito não habita em mim? É madrugada, não sei precisar se minha noite foi péssima ou boa, mas tenho certeza que amanhã vai chover na terra da garoa.


                         
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Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 18/11/2017
Alterado em 22/10/2021
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