DOCE ENCANTO DO LUAR
Paulo Izael
Toda vez que a enxerida lua
com seu manto negro
Enlaça o desbotado sol, tento te encontrar
Na escuridão de meus pensamentos
Mas os trevosos ventos do desengano
Invocam o caos emocional que
Além de ser sentido,
É instituído sobretudo para ser infindo
Calcificando meu estado deplorável.
Ainda teimo com meu insensato coração
Que distribui queixas por estar estagnado,
Atrelado a fotos antigas que esmaeceram
No sótão do purgatório
da inevitável desilusão.
Neste plano de permanência
com prazo de validade
A complexidade do plano espiritual
E implacável,
Alguns amores
Se fixam de maneira indelével
E judiam de almas atormentadas
Por várias vidas.
Ando fugindo de mim,
Tentando engabelar o coração,
Acreditando que tudo
Não passou de mero engano.
Mas sob o luar
Sempre volto a me desmontar
Lutando contra a entediante recordação.
Neste inexplicável sentimento ainda reflito,
Se não houve sequer um único beijo
Porque ainda hoje perdura em mim
Esta angústia com a sombra de desejo?
www.pauloizael.com