Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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Textos
UM CERTO DEPUTADO


Você deveria ter ido mais além.
Ousado o necessário para vencer.
Poderia ter sido eloqüente,
Envolvido minha gente numa corrente
Para coibir a insanidade da usurpação!
Deveria ter ido longe, alçado vôo...
Além do inimaginável em busca da paz,
Igualdade de direitos e humanidade!
Teria que ter transposto o impossível,
ter ultrapassado a linha do infinito.
Poderia ter sido a sentinela da nação.
Seria mais correto se tivesse lutado,
Se optasse por mergulhar de cabeça,
Certamente quebraria as ondas de opressão.
Jamais deveria ter furado a greve,
E compartilhado com a ganância...
Ao contrário, firmou aquiescência
Com o lodo que envolve a política;
Assentiu a queda do cidadão digno.
A prática da covardice sempre destoa,
Acumula pendências, sempre subtrai.
Mas, estático, você não deu um passo.
Sempre se manteve na defensiva.
Seguiu ideologias dum certo partido
Pintado de santo com o número treze.
Nunca quis se locomover por si só,
Sempre reacionário, estagnado.
Na barganha pelo poder corrosivo,
Abraçou a causa da impunidade,
Vislumbrando um paraíso fiscal.
Contribuiu para que a indefesa pátria
Fosse ferozmente subtraída pelo engodo,
Assistiu incólume o povo ser humilhado,
Escravizado e brutamente massacrado.
Portou-se como o estereótipo de Judas,
Assimilando a convicção classificatória
Que deságua no sepulcro mar de lama,
Diplomou-se na ganância exagerada,
E pós-graduação na tese da propina.
Sorriu, quando a pais agonizou sitiado.
Como assistir a tantas atrocidades calado,
Se você conseguiu se eleger deputado?
Hoje é um representante do povo,
Ministra palestra sobre o que é decente.
Não me estranharia vê-lo presidente!



              =RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS=
"Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo"



Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 19/09/2005
Alterado em 23/10/2005
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