Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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UMA TRISTEZA DE SE ADMIRAR!



Malas prontas embrulhando o coração.
Seus passos a se distanciarem.
Nenhuma esperança a ser elevada.

Portas fechadas, meu mundo estático.
Céu encoberto, espelhos quebrados.
Nuvens negras escurecem meu coração.

Um adeus rotulado de até nunca mais.
Dois corações absortos e inexpressivos.
Seus dedos datilografando o ar.

Novamente esta dor no peito.
Sintomas claros e afirmativos
De que nossa vida não tem jeito.

A espessa neblina distancia e sela o rompimento.
Não mais vejo minha razão de vida e dor.
São trevas, obstruindo a visão do desamor.

Sei que qualquer iniciativa em reatarmos
Será prontamente podada pelo orgulho.
Sinto-me desprovido da reação natural.

Ouço o rosnar sonolento do mar.
Engulo uma singela lágrima sem tempero.
Findo por mastigar o fel da incompreensão.

Vejo tua foto com lampejos amorosos.
Sinto dependência por seus escritos.
Dou-me ao anonimato destrutivo.

Hoje desacredito no amor eterno.
Faço descaso da fidelidade cultuada.
Caçôo de minha imatura credulidade.

Não poderia esperar destino pior.
Um ressoar de palmas por minha indulgência,
Ou o vingativo apocalipse que ora me julga?

A chuva lambe a inerte areia,
Afogando toda minha resignação.
Talvez ainda haja amor em meu coração.

O pulso esmaece ameaçando cessar.
Meu profundo desmantelo,
Gera uma tristeza de se admirar.



              =RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS=
"Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo"



Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 05/09/2005
Alterado em 23/10/2005
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