Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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SOMBRAS
Um beijo que se recebe por amor,
Vai de encontro ao coração,
Feito encanto de uma flor.

Nem sempre,
A indelicadeza do desejo
Indica algum manifesto de afeto.

Um dia tudo sucumbiu
Feito orvalho da manhã
O sentimento se evaporou.

Das ruínas do meu coração,
Brotou o sorriso glacial,
Efeito do sarcasmo recebido.

Avistei o céu entristecido,
Atacado por um súbito temporal
Com desenhos de ódio acumulado.

Amarguei a perda refletindo.
Como poderia estar magoado
Se nada restou pra ser lembrado?

No limiar do sonho,
Praguejei em aceitar
Que a paixão chega pra machucar.

Em meio à inconsciência
Que permeia minhas descobertas,
Meu coração sempre repele flechas.

Sonhos desfeitos, reação inerte.
A supremacia da derrocada.
Indícios claros da paixão extirpada.

Nuvens negras ameaçadoras
Tingiram o azul celeste.
Vibrações negativas tomaram chegada.

Sombras se esgueiraram.
A atmosfera era fatal
Incólume, percebi a presença do mal.



              
            "Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo"

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Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 29/08/2005
Alterado em 07/04/2021
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