Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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TENTANDO LACRIMEJAR MINHA SOLIDÃO!



No despontar morno do alvorecer,
Ouço o chamado que vem do mar.
Vagas palavras sussurradas,
Murmúrio em prece que fenece no ar.

Enfurecido, o mar lambe a areia da praia,
Tentando lacrimejar minha solidão.
O choro incontido em gotas salgadas,
Preenche de angústia minha aflição.

Haverá desilusão capaz de suplantar
A profundeza deste clamor,
Provinda de vozes tão sofridas,
Submersas, interceptando nosso amor?

Novamente a dormente chuva desliza
Feito perfume da doce flor,
Faz com que o vento arraste o vazio,
Amenizando a dor no peito que o tempo deixou.

Olho o brilho da lua e te vejo refletida nas ondas.
Enciumado, o mar revolto, faz espanto.
Caio numa enigmática reflexão e descambo.
Chego a duvidar que tenha te amado tanto.
Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 29/08/2005
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