Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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NÃO CHEGA DE SAUDADE!



Em você, eu me vi no espelho do tempo.
Somos metade, em eterna conjunção.
Na imensidão de minha  tristeza,
Sinto teu meigo abraço me amparar,
E incompreendo teu coração me rejeitar.

Se, a intensidade de teus versos,
Pudessem captar minha sinuosidade,
Certamente eu não seria um ser errante;
Que perambula, zanzando por ai,
Procurando o nada, esbarrando no vazio.

Omiti o pranto, para ser conivente.
Abri meu sorriso e fechei o coração.
Fui nocauteado pela submissão do amor
Decantado em teus versos e prosas.
Até mesmo o sonho foi usurpado.

Aqueço-me na saudade causticante,
Tentando recolher as migalhas de amor
Que a vida reservou para mim.
Intrínseco abatimento que teima
Em acrescer o torpor, na agonia da dor.

Absorto em pensamentos retrógrados,
Tento projetar em você o meu sonho.
Chega a ser indecoroso o meu pensar;
Como posso embutir em teu coração,
Um amor, que desconhece a própria razão?

A cada penoso dia que desabrocha,
Sinto-me diminuído frente ao mundo.
Incorro em observações infrutíferas.
Assomo descréditos repetitivos e pasmo,
Acrescido de teu desamor, teu descaso.

Ando descortinando existências passadas,
Para detectar a brusca mudança emocional
Que deteriorou o amor e criou a rejeição,
Norteando a fixação pelo desassossego.
Acho que a maledicência me fez de sparring.

Certamente é assim que você quer me ver,
Sempre cáustico, em processo de decomposição,
Atado a uma asquerosa e  infinda apatia mórbida
Que desalenta a mente e encurrala o coração,
Que, mesmo magoado, ainda chora uma doce saudade.


Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 19/08/2005
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