Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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Que dia maravilhoso aquele.
Onde os pássaros cantavam
Exalando alegria infinda.
O céu azul irradiava felicidade
Nós assistíamos a tudo maravilhados,
Quando o esfuziante arco-íris
Fechou os olhos e beijou nossos lábios.
Vi, quando a lua abraçou o sol,
Iluminou nosso amor e prateou
O enluarado e apaixonante anoitecer.
A lua sempre nascia prateada,
Clareava nossa estrada, e apagava
O que não era flor e exaltava o amor.
Num dia fatal...
Senti a respiração ofegar e o corpo pesar.
A explosão do estampido durou um segundo,
Ainda me lembro com clareza
Da letal bala perdida
Que danificou minha estadia.
Como se estivesse vendo uma foto,
Aquele imagem ainda me estarrece.
Lembro com pesar,
Do sufocante caixão brilhante,
Coberto por flores de jasmim
E você em prantos, agarrada a mim.
Há tempos não tomo o rumo de casa.
Todos os dias no romper da aurora,
A saudade de maneira impiedosa,
Invade todo meu ser e machuca.
É uma completa trucidação da alma
Que transcende a dor física
E nulifica minha destoada alma.
Fui jogado a este plano de existência,
As vezes cercado de sombras,
Noutras vezes assisto o inquietante
Desterro que assola minha alma,
Diariamente sou coberto por uma luz azul
Que insinua alguma promessa de paz.
Na difícil adaptação que envolve
A fatídica viagem da alma,
vou tentando me desprender da vida que tive.
No desespero que a autorrejeição proporciona,
Dei para me espancar diariamente.
Ainda tentei segurar os pedaços
De meu enlutado e apaixonado coração,
Eu te amava tanto...Tanto,
E a cada dia aumenta mais o meu amor.
Aqui, neste vasto universo,
Convivendo com pessoas robotizadas,
Sabe o que dói mais?
É saber que apesar da brancura
Da paz que envolve todo meu ser,
É saber que nem sou espectro,
Apenas esboço de alma penada
Que não consegue transluzir.
De lá para cá não avancei.
Por conta da amnésia, não aclarei as ideias
E regredi em pavorosos planos inferiores.
Quando tento dormir, desprendo-me do corpo
E levito em sinuosas peripécias
Que não me levam a outros planos
Ainda não atingi o meu grau máximo
Que faculta o pleno desprendimento;
Porque não faço parte do mundo dos mortos,
Estou vivo, apenas cansado.
Sob o tenebroso manto da inutilidade,
O aprendizado não me seduz.
As pessoas sempre se apresentam
Com a beleza do gesto,
Aliada à docilidade das palavras,
Tentando iluminar o meu caminho.
Ainda não estou na lista da purificação,
Hoje senti um espinho me ferir,
Quero um corpo para me hospedar,
Anseio apenas a transmigração,
Uma casa, um amor e um cachorro.
Mesmo que para tao largo desejo,
Tudo resulte num incorrigivel erro.

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Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 17/03/2013
Alterado em 05/11/2021
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