HÁ MUITO NÃO ESBARRO EM MIM
Absorto,
Na mesmice que permeia
As obscuridades de minha
Debilitada mente,
Ainda arrisco uma lastimável
Reflexão sociológica
Que envolve
Minha natureza existencial.
Tento juntar fragmentos
Mas, as lacunas se agigantam,
E obstruem minha sanidade.
Há muito não esbarro em mim.
Até minha própria sombra,
Num ato silencioso,
Partiu sem dizer adeus.
Quando o espelho
Negou-me o reflexo,
Vi-me caindo de mim
Onde, homens de branco
Envolveram-me
Numa Torturante camisa.
Prazeroso, senti quando a agulha
Injetou em mim,
O esperado liquido letal.
Há tempos não me enxergo,
Nem ouço o impetuoso pulsar
Do sopro que move a vida.
Uma vaga lembrança suscita,
Desprezíveis suspiros de saudade
Que sempre culmina na desunião.
Faz claro,
Mas ainda é noite em meu coração.
Fadado à Impercepção cósmica,
E abraçado ao eterno desamor,
Descobri-me, vagando por ai.
Não sei onde estou,
Vez por outra avisto um clarão.
Talvez seja alma penada,
Aflita, ou fazendo assombração.
Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 08/01/2011
Alterado em 20/03/2011