APAGAR DAS LUZES
Então nulifiquei minha vida.
Incongruências avolumaram-se
De maneira avassaladora.
Um intrépido esboço estático
Arquejando em passos lentos,
Buscando o nada, retroagindo.
Falando em sussurros, mudo.
Querendo o que não sabia
E sabendo o que não queria.
Transeuntes apressados,
Ônibus apinhados e asquerosos.
A noite era lenta e vazia.
Espiei as mesas do bar
Repletas de desenganados.
A eloqüência do camelô
E o decepcionante cantor.
Continuei zanzando, a esmo.
A neblina escorria as mágoas,
O vento trazia dissabores.
A vida era um fardo pesado.
O esmorecimento evidenciava
Meus últimos passos.
Olhos lacrimosos e o soluçar
Que indicava o padecimento.
Pressenti a interrupção da vida.
Ouvi um estrondo atordoante
E o apagar das luzes...O fim.
Merecia um encerramento assim?
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Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 28/03/2010
Alterado em 26/04/2010