A BRISA DO ADEUS
A BRISA DO ADEUS
O alvorecer despontou desbotado.
O céu estava pintado de chumbo
E as nuvens do sofrimento
carregavam a fuligem do abandono.
O entardecer feneceu lúgubre
Abraçado à tarde vazia
E foi engolido pela noite
Que exibiu o véu negro da solidão.
O sombrio luar embebedou o sonho.
Naquela madrugada mal dormida,
Onde a dor irrompia traiçoeira,
Ficou enterrada parte de minha vida.
Quando a tristeza me despertou,
Enxerguei a finitude da existência.
Referenciei a evaporação do sopro
E aspirei ofegante a brisa do adeus.
Tudo era maçante e enfadonho.
Não havia anjos nem demônios.
Apenas o vazio que desnuda a memória
E ativa uma nova caminhada.
Enfurecido, descolori as pétalas,
Borrei o arco íris,
Aqueci todas as nuvens negras
E pichei o céu de chumbo degradante.
Quando a mortalha do desamor,
Tinge o céu de negro
E a realidade se confunde com os sonhos,
Morrer, é apenas um detalhe
paulo.izael@ig.com.br
Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 27/09/2008
Alterado em 17/10/2009