Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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DESTERRO DA ALMA

Era uma vez...Foram tantas vezes
Que não consegui avaliar
As agruras por que passei
Nesta horripilante passagem.

Na clausura propiciada
Pelo entrevero da saudade,
Senti o desmantelo da alma,
Aprisionada à massa disforme;

Reminiscências desgostosas
Que me remeteram há um tempo
Coberto pela mortalha do abandono,
Onde o sofrimento fazia moradia.

Quantas vezes o dor enxugou o pranto,
Retendo a lagrima indecisa,
Flexionando os lábios arroxeados
Para mostrar um sorriso forçado!

Minha peregrinação em busca de paz,
Denotou incorreções desastrosas
Laureada por paliativos venosos
Que construíram minha derrocada.

Determinado a reanimar o sentimento,
Enveredei por crenças obscuras.
Incorri em infrutíferas tentativas,
Com resultado desesperante e aflitivo.

Diante das intermitências da reencarnação,
Desiludi-me  com a descartável exposição.
Minha estadia imprestável e desastrosa,
Revelava um erro de concessão divina.

O mote doloso do poema da vida,
Norteou meus lentos passos,
Incorri na tumoração da aura,
Que decompôs as partículas da massa.

Agreguei as pérfidas inutilidades
Que sempre partilharam meu caos,
Cruzei as mãos, e contemplei o fim;
No leito negro, enterrei a penosa existência.

Sob a gélida lápide, fiz minha guarida.
Vez por outra, espio corações rancorosos,
Depositarem flores apáticas e desoladas.
A treva do meu viver, regurgita fragrâncias.

Sou alma errante e penalizada pelo ócio,
A pajear esta matéria em estado de putrefação.
Foi assim que encurtei a distância da vida
Para alienar-me a  escuridade do limbo...!


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"APENAS CAPTO EMOÇÃO,NÃO ABSORVO TRAUMA"



Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 05/02/2006
Alterado em 05/02/2006
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